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Em busca da mente

Da Maconha à Compulsão

Milhares de indivíduos enfrentam hoje o desafio do vício em maconha, e o sofrimento associado a essa situação tende a se agravar com o tempo. As famílias, muitas vezes, se encontram em uma difícil situação de desamparo e tristeza, incapazes de visualizar uma solução para esse conflito que impacta a todos.

Essa sensação de impotência pode levar a um sofrimento contínuo, assemelhando-se, de certa forma, a um vício no consumo de preocupações. É crucial reconhecer que o risco de dependência aumenta à medida que o consumo da substância se estende, tornando-se uma possível porta de entrada para outras drogas e agravando a compulsão.

Apesar disso, em muitas situações, as pessoas optam por continuar o consumo. Enquanto alguns usuários conseguem manter um uso não problemático da maconha, outros desenvolvem uma compulsão pela repetição, procurando reviver algo reprimido e não conscientemente processado, como uma emoção não expressa.

Esse fenômeno pode ser influenciado pelo poder do superego como um agente punitivo, levando a consciência em ação no ego a tornar-se dura, cruel e inexorável, criando assim um bloqueio para a lembrança e elaboração de traumas. Nesse contexto de sofrimento psíquico, o abuso e a dependência da maconha não se apresentam como experiências singulares.

Sintomas psiquiátricos

O consumo de maconha, em um primeiro momento, pode parecer inofensivo, mas pode desencadear episódios temporários de ansiedade. Além disso, há o risco de causar desestímulo em relação às competências e à organização da vida, podendo levar a reações de pânico ou sintomas de natureza psicótica, exigindo eventualmente a necessidade de medicação.

É importante ressaltar que a maconha também pode estar associada ao desenvolvimento de esquizofrenia, especialmente em casos onde o distúrbio surge como resultado da interação de fatores genéticos. A predisposição genética para essa condição é algo imprevisível, tornando o risco sempre presente durante o uso da substância. Consequentemente, os usuários de maconha devem estar cientes dessas possibilidades e considerar os potenciais impactos à saúde mental.

Dependência

A dependência da maconha é um assunto sério que tem sido mais discutido ultimamente. Vários estudos comprovam a eficácia dessa substância para tratar certas doenças, como esclerose múltipla e lesão medular, além de contribuir positivamente em casos de epilepsia.

A maconha afeta a corrente sanguínea, causando danos às células e, consequentemente, levando ao vício por meio da substância THC, conhecida por gerar dependência e outros riscos à vida.

Abordar o consumo de maconha com usuários é delicado, pois o que inicialmente era apenas um passatempo ou relaxamento pode se transformar em uma compulsão pelo uso, resultando em dependência. Muitas pessoas resistem a discutir o assunto, negando a realidade para se proteger do que não querem enfrentar.

A negação leva ao sentimento de angústia, quando nesse sentido o indivíduo se mostra na compulsão. O usuário pode desenvolver a necessidade de fumar diariamente, várias vezes ao dia, causando irritabilidade quando privado da substância. Sentimentos de raiva, desatenção e falta de cuidado consigo mesmo e com o ambiente.

A repetição constante do uso da maconha e outros comportamentos que se agravam ao longo do tempo podem estar associados a traumas não lembrados conscientemente. Emoções presas no inconsciente, prazer e desprazer na repetição, angústia, sofrimento e a dependência formam uma teia complexa que merece atenção e compreensão.

A problemática da dependência da maconha tem recebido crescente atenção, sendo objeto frequente de discussões recentes. Diversas pesquisas validam a legalidade dessa substância em determinadas condições médicas, como esclerose múltipla e lesão medular. Ademais, há evidências de contribuição positiva em casos de epilepsia.

A maconha, ao ser absorvida pela corrente sanguínea, provoca danos celulares, culminando no desenvolvimento de dependência por meio de seu principal componente, o THC, e acarretando riscos adicionais à saúde. O diálogo sobre o consumo de maconha com usuários é delicado, uma vez que o que inicialmente poderia ser considerado um passatempo ou meio de relaxamento transforma-se, muitas vezes, em uma compulsão pelo uso, resultando na dependência da substância.

A relutância de muitos em discutir o tema está intrinsecamente ligada à negação que alguns indivíduos têm em aceitar a realidade visível. O que não é percebido conscientemente torna-se um mecanismo de defesa, uma forma de autopreservação.

Nesse contexto, a negação conduz o indivíduo a vivenciar mais angústia do que a manifestação da compulsão em si. O usuário, muitas vezes, desenvolve a necessidade de consumo repetidas vezes ao dia, gerando irritabilidade na ausência da substância, acompanhada de sentimentos de raiva, desatenção e falta de autocuidado, comportamentos que se intensificam ao longo do tempo.

A repetição constante do uso da maconha e outros comportamentos pode estar relacionada à lembrança repetitiva de traumas não conscientemente recordados. Emoções retidas no inconsciente, a dualidade de prazer e desprazer na repetição, a angústia, o sofrimento e a dependência configuram um quadro complexo que demanda atenção profissional e compreensão aprofundada.

Complicações

O uso crônico da maconha está associado a uma série de complicações que impactam negativamente a saúde física e mental. Além do aumento do ritmo cardíaco, respiratório e arterial, manifestações como boca seca e alterações na percepção tornam-se evidentes. A perda progressiva de memória, dificuldade na resolução de problemas e a indução à paranoia representam implicações sérias ao longo do tempo.

É imperativo compreender que tais sintomas, quando persistentes, podem transcender as meras manifestações de consumo, adentrando o terreno psicopatológico. A associação da paranoia com a esquizofrenia, conforme delineado pelo DSM-5, destaca a importância de uma avaliação profissional abrangente diante dessas manifestações.

A terapia psicanalítica aqui revela-se fundamental para investigar as origens profundas desses sintomas e compreender sua inter-relação com a psique do indivíduo. À luz dessas considerações, torna-se premente uma intervenção terapêutica que não apenas aborde os efeitos imediatos do consumo, mas também busque compreender as dinâmicas inconscientes que podem estar contribuindo para a manutenção desse padrão comportamental.

Em suma, a psicanálise oferece meios abrangente para compreender as complexidades subjacentes ao uso crônico da maconha, permitindo uma intervenção terapêutica mais precisa e eficaz. A colaboração interdisciplinar entre profissionais de saúde mental e especialistas em psicanálise é essencial para abordar de maneira holística os desafios decorrentes dessa problemática, proporcionando um caminho mais claro para a restauração da saúde e do bem-estar do indivíduo.

Clínica Lócus Dependência Química

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Psicóloga Psicanalista

Fabiana Villela

4 comentários em “Da Maconha à Compulsão”

  1. No meu ponto de vista …eu não tenho nada a contra a quem é usuário de maconha, infelizmente a milhares de homens e mulheres jovens se agravando dada vez mas no uso das drogas. Eu mesmo já tive experiência e graças a deus não uso pois não me acrescenta em nada … mas eu tendo ajudar o próximo que eu digo , amigos que conheço e dou conselhos tendo conversa pra que pare de utilizar e claro que ninguém muda da noite pro dia . Mas eu acredito que Deus pode fazer milagres na vidas das pessoas basta aquele pessoa quere acredita em si mesmo e acreditar mas ainda no seu potencial fica aqui a dica do eu penso, referente aos usuário da maconha e outros tipos de drogas também 🙌🏼

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  2. Infelizmente, não se pode mais internar ninguém, por diretiva do CNJ. Com efeito, a maconha como droga de entrada, não é só isto e nem só para fins recreativos, pois, o risco de complicações graves é muito grande. E, em acontecendo, devemos depender da consciência do afetado ou familiares para buscar ajuda, pois, o Estado se alijou do processo. A proibição e a punição penal para usuários e tráfico, não tem dado resultado, exceto o aumento do preço da droga, tornando o risco do negócio muito mais vantajoso. A droga é o elemento que mudou a humanidade, tornando-a mais doente e perigosa.

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  3. Infelizmente o consumo de drogas se tornou “algo comum” onde grupos de elite, organizados “exploram” a fraqueza humana.
    Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cortina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a usar drogas.
    “A pobreza e o desespero” estão na raiz da maioria do uso problemático de drogas, e somente dirigindo-se a estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de usuários problemáticos.
    Felizmente existem profissionais capazes de alertar e ao mesmo tempo buscar e aplicar processos para a cura.
    Parabéns Sra. Fabiana Villela pela sua contribuição e alerta nesta causa social.

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  4. Vivi no meio artístico por 13 anos e, ao ler o texto, passou um filme na minha cabeça ao lembrar de inúmeros artistas que vi fumar com o intuito de “relaxar” para subir no palco. Mas que, no fundo, eu sabia que era uma mera desculpa para fazer uso da droga. Eu não tenho nada contra quem usa, mas tenho uma grande dificuldade em trabalhar com usuários pela falta de organização.

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